“Sou Andressa Thais Bauermann, professora de Matemática dos anos finais e ensino médio na rede pública estadual do Rio Grande do Sul. Trabalho com a disciplina de Matemática desde 2014. Em 2021, após o retorno das aulas presenciais, nossa rede propôs uma atividade diagnóstica com os alunos para detectar as defasagens causadas pela pandemia nos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática.

Ao realizar a análise dos resultados, identifiquei que a maior dificuldade dos alunos estava voltada à interpretação de situações-problema e a conceitos fundamentais da Geometria e da Álgebra. Para sanar tal situação, passei a refletir sobre minha prática pedagógica e de que forma ela poderia auxiliar os estudantes na busca pela recomposição destas aprendizagens. Acompanhei lives e roteiros de estudos da formação do Aprende Mais, proposta aos professores do Rio Grande do Sul, percebi que muitos temas abordados eram de extrema relevância e aplicabilidade em sala de aulas.

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Minha prática pedagógica sempre esteve alinhada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), sugerindo que a Matemática vá além dos cálculos, da aplicação de fórmulas e da leitura quantitativa da realidade, trazendo o foco para o letramento matemático. Considero o uso de jogos e softwares educacionais facilitadores no processo de ensino-aprendizagem, sendo metodologias ativas e tornando minhas aulas mais interessantes. O brilho nos olhos dos estudantes é perceptível nas aulas em que ocorre a confecção de jogos, construção coletiva de mapas mentais ou o uso de softwares matemáticos.

Busquei esses alicerces no trabalho de recomposição das aprendizagens fundamentais da Matemática, reforçando aos estudantes que no processo de construção de raciocínio lógico a resolução de problemas constitui o eixo orientador da Matemática.

Ao enfrentar o desafio de resolver um problema, o aluno deve ser capaz de ler e compreender o enunciado, refletir, criar uma estratégia, executá-la, utilizar mecanismos de autocorreção para comprovar a solução e comunicar os seus resultados para a turma. Quando é proposto ao aluno a resolução de um problema, dois domínios entram em relação. De um lado, o mundo real presente no problema e a solução que será obtida; do outro, o domínio matemático que envolve o problema.

Em reunião pedagógica, também solicitei aos colegas professores dos demais componentes curriculares para enfatizar a leitura e a interpretação de problemas nas suas aulas, pois um trabalho em equipe sempre apresenta melhores resultados. A partir de então, nas aulas de Matemática os estudantes são cidadãos ativos do seu conhecimento, seja retomando habilidades, seja construindo novos saberes. Por meio da produção de vídeos e jogos interativos, da construção conjunta de mapas mentais, do uso de softwares educacionais e da interpretação ou resolução coletiva de problemas.

Em 2022, continua sendo imprescindível oferecer oportunidades ao estudante, ajudando-o a sanar dúvidas e solidificar o conhecimento. As aulas presenciais do componente curricular de Matemática têm uma carga horária significativa, sendo possível propor metodologias em que o estudante é o agente principal da construção da sua aprendizagem. A sala de aula e os demais ambientes da escola devem ser um espaço de ensino-aprendizagem totalmente dedicado ao estudante, de formação mútua, onde professor e estudante aprendem e ensinam. Espero assim, que por meio da continuidade e da dedicação a este projeto, as aulas de Matemática possam contribuir para o aprendizado dos estudantes, bem como formar cidadãos críticos, ativos e engajados na construção de uma sociedade mais atuante.”

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