A competência de Conhecimento da BNCC é como um convite para explorar o mundo! Ela incentiva os alunos a se aventurarem no vasto universo do saber, conectando o que aprendem na escola com o mundo ao seu redor. Essa habilidade vai além dos livros, instigando a curiosidade natural das crianças. Já imaginou que, antigamente, os navegadores usavam as estrelas como guia? Assim como eles, os alunos são motivados a utilizar o conhecimento como bússola para navegar em uma jornada de descobertas e inovações. Conhecimento não é só decorar fatos; é a base para compreender e transformar o mundo.

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Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.”

É dessa forma que o texto original da BNCC propõe essa primeira competência geral, abrangendo uma ampla concepção do conhecimento. Ela fala sobre a capacidade dos estudantes valorizarem e utilizarem o conhecimento sobre o mundo para entender e explicar e intervir na realidade, dialogando com todos os componentes curriculares. 

Ampliar o conhecimento dos estudantes passa por oferecer um currículo mais motivador, capaz de estimular o desejo de aprender e a curiosidade. Isso inclui ainda a chamada metacognição, ou seja, prever momentos para que pensem sobre o que estão aprendendo, sobre como e por que aprendem cada conteúdo durante as aulas. Afinal, todo estudante se pergunta em algum momento “porque estou aprendendo isso”. Cabe ao currículo prever espaço para essa reflexão.

Também é fundamental que eles possam aprender a buscar informação de qualidade, ampliando seu conhecimento para fazer a curadoria das informações, com discernimento entre informação verdadeira ou falsa. Considerando a BNCC, os currículos também podem proporcionar momentos para que o estudante aplique o conhecimento na prática, com projetos, trabalhos de pesquisa e contextualização com a realidade na qual ele está inserido. Vale lembrar que no mundo hiperconectado de hoje, o conhecimento vai além da simples absorção de informações; ele envolve também a capacidade de navegar, avaliar e aplicar informações provenientes de diversas fontes digitais.

Para apoiar redes, escolas e professores a compreender as Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular e como  elas progridem ao longo da Educação Básica, especialistas do Movimento pela Base e do Center for Curriculum Redesign analisaram referências curriculares mapeadas no Brasil e no exterior e criaram um material orientador, que detalha as dimensões e subdimensões que compõem cada uma das 10 Competências Gerais da BNCC, indicando como elas devem evoluir da Educação Infantil até o Ensino Médio.

Acesse aqui o material completo!

No caso da competência Conhecimento, o documento propõe uma dimensão – Aprendizagem e Conhecimento –, que engloba as cinco subdimensões descritas abaixo:

 

  • Busca de informação

Busca, análise e curadoria de fontes e informações. Respeito às normas de citação, direitos de propriedade intelectual e privacidade. Uso ético. 

  • Aplicação do conhecimento

Listagem, resumo, seleção, conexão, atribuição de significado e organização de conhecimentos adquiridos. Incorporação de estratégias para reter conhecimentos. Utilização do conhecimento para solucionar problemas diversos.

  • Aprendizagem ao longo da vida

Motivação, responsabilidade e autonomia para aprender. Colaboração com a aprendizagem dos demais. Reconhecimento da importância do conhecimento para a vida e para intervir na sociedade.

  • Metacognição 

Consciência sobre o que, como e por que aprender. Definição de necessidades/metas e utilização de estratégias/ferramentas de aprendizagem adequadas. Avaliação do que se aprende. 

  • Contextualização sociocultural do conhecimento

Discussão de ideias. Compartilhamento e construção coletiva de conhecimento. Compreensão e respeito a valores, crenças e contextos sociais, políticos e multiculturais que influenciam a produção do conhecimento.

A BNCC destaca que competências gerais da Educação Básica “inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.”

Na prática, significa que as propostas e as expectativas devem ser adequadas a cada etapa de ensino, garantindo um trabalho constante ao longo de toda a escolarização.

No caso da competência geral Conhecimento, por exemplo, tanto os estudantes do Ensino Fundamental como do Ensino Médio podem fazer um projeto que tenha como objetivo central fazer uma busca, análise e curadoria de fontes de informação. O que vai mudar é a percepção e o aprofundamento desse trabalho.

Para os alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, por exemplo, poderia ser esperado que percebam a existência de diferentes fontes de informação (rádio, TV, jornais, internet, livros etc.) e comecem a utilizá-las para buscas simples. Já no Ensino Médio, cabe incentivar que o estudante possa desenvolver estratégias de busca e curadoria para acessar informações junto a uma ampla variedade de fontes, considerando a natureza e o escopo do problema a ser resolvido.

Outro exemplo é o incentivo à aprendizagem ao longo da vida. Todos os alunos, em todas as etapas, devem ser convidados a desenvolver motivação, responsabilidade e autonomia para aprender, mas sempre de acordo com seu momento de vida escolar. Um aluno dos Anos Finais do Ensino Fundamental, por exemplo, pode ser incentivado a ter mais motivação e autonomia para aprender, enquanto ao aluno do Ensino Médio seria esperado observar se ele assume responsabilidade por sua aprendizagem, com proatividade para buscar algumas informações por vontade própria.

Esses são apenas exemplos para mostrar como o tema permeia as etapas de ensino e também os componentes curriculares. Vale lembrar que, por ser uma proposta interdisciplinar, há uma infinidade de projetos que podem ser aplicados a depender de cada contexto escolar.

Uma das grandes inovações da BNCC foi promover a aprendizagem significativa, que vai além de apenas decorar fatos ou fórmulas. Essa proposta já vinha sendo defendida há anos na educação e trazer ela à tona nos currículos é uma maneira de colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem.

As competências gerais traduziram essa intenção dentro da BNCC, promovendo Educação Integral, a conexão com o mundo real, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a preparação para o futuro, o fomento ao pensamento crítico e criativo e a promoção da cidadania, dentre outros aspectos.

Aqui no Movimento pela Base construímos um documento bastante prático na compreensão de cada competência e suas subdimensões. Ele mostra que as escolas podem traduzir as competências gerais em atividades que levem em conta os seguintes preceitos:

Para conhecer o material completo, clique aqui!

Você pode se aprofundar mais neste tema com uma seleção de arquivos que separamos a seguir:

Curso online, gratuito e com certificação sobre as Competências Gerais. O curso foi elaborado pela Nova Escola em parceria com a Fundação Lemann e o Instituto Inspirare, e contou com apoio técnico do Movimento pela Base. A ideia é orientar o planejamento de práticas pedagógicas que trabalhem com as Competências ao longo de toda Educação Básica.

Em parceria com a organização  Center for Curriculum Redesign, preparamos a publicação “Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC”. Com orientações técnicas que trazem boas referências, o documento ajuda a definir alguns marcos, que permitem acompanhar a progressão das competências ao longo dos anos escolares e saber como elas evoluem. 

Produzimos também a série As Competências Gerais no currículo. São 10 vídeos explicando como inserir e trabalhar cada uma das competências gerais nos documentos curriculares. Indicando com que áreas do conhecimento cada uma delas está mais intimamente relacionada, trazendo exemplos de práticas pedagógicas e de que habilidades devem ser inseridas nos currículos, é possível ter uma visão mais concreta de como as competências gerais vão estar presentes na formação dos alunos.

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