Você sabia que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que os estudantes estejam alfabetizados até o 2º ano? E que não basta conhecer as letras ou saber como desenhá-las corretamente, mas analisar como se escreve e compreender o contexto? Separamos cinco pontos fundamentais que ajudam a entender a proposta da BNCC para alfabetização:

  1. A BNCC não defende um método específico – não há imposição de metolodogias, o que garante a autonomia das redes e reforça a pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas.
  2. Os alunos devem ser alfabetizados até o 2º ano – A BNCC indica que os estudantes devem ser alfabetizados  entre o 1º e 2º anos do Ensino Fundamental, o que significa que a alfabetização deve ser o foco da ação pedagógica. Vale lembrar que, ser alfabetizado implica não apenas decifrar o código de escrita alfabético,mas compreender o que foi lido. Como consta na BNCC: “esses conhecimentos de alfabetização até o 2º ano incluem a criança compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas, dominar as convenções gráficas, conhecer o alfabeto, compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita, dominar as relações entre grafemas e fonemas, saber decodificar palavras e textos escritos, saber ler, reconhecendo globalmente as palavras, ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras, desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura”.
  3. A alfabetização é entendida como a apropriação do funcionamento do sistema de escrita alfabética em um processo simultâneo às práticas sociais de leitura e escrita – Por um lado, a criança deve se apropriar do funcionamento do sistema de escrita alfabética. Por outro, por meio das práticas sociais de leitura e escrita, é que ela entende o uso da língua no cotidiano, em práticas de linguagem vivenciadas dentro e fora da escola. Essas duas vertentes do processo devem ocorrer de forma simultânea. Ou seja: as habilidades para compreensão das relações grafofonêmicas devem estar sempre relacionadas às práticas de leitura, produção e oralidade articuladas aos textos.
  4. Alfabetizar trabalhando textos diversos e que fazem parte do cotidiano – Para que essa compreensão da linguagem inserida na vida prática se consolide, a proposta da BNCC é trabalhar com novos e diversos formatos de textos, que não se limitam os livros didáticos.  Vídeos, podcasts ou conteúdos de novos formatos devem fazer parte das aulas.
  5. A BNCC entende a alfabetização como um processo complexo – dominar o sistema escrito da nossa língua não é uma tarefa nada simples. Como estabelece o texto, “alfabetizar é trabalhar com a apropriação pelo aluno da ortografia do português do Brasil escrito, compreendendo como se dá este processo (longo) de construção de um conjunto de conhecimentos sobre o funcionamento fonológico da língua pelo estudante.” Isso implica  conhecer as relações entre sons (fonemas) do português oral do Brasil em suas variedades e as letras (grafemas) do português brasileiro escrito percebendo as complexas relações entre os sons da fala (fonemas) e as letras da escrita (grafemas). Isso envolve o desenvolvimento de consciência fonológica
    da linguagem, que é perceber os sons, entender como eles se separam e se juntam para formar novas palavras.

Veja também: [Análise] Como a BNCC mudou minha prática como alfabetizadora

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