Para contemplar todas as mudanças propostas pelo Novo Ensino Médio, é preciso preparar os professores, investindo em uma formação robusta, coerente e constante. Essa foi a principal mensagem da transmissão ao vivo realizada no dia 28 de julho sobre a formação continuada de gestores escolares e professores de Ensino Médio. Participaram:

  • Cléa Ferreira, Gerente de Currículo e Formação do Instituto Reúna;
  • Marcelo Jerônimo, coordenador da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação da Secretaria Estadual de São Paulo e
  • Leticia Vieira, Gerente de Educação do Ensino Médio e Profissional da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina

Apostar na aprendizagem ativa e colaborativa. Organizar a formação de forma sistêmica e continuada de fato. Engajar os professores no próprio desenvolvimento. Estas foram algumas das estratégias citadas pelos participantes no planejamento e execução de formações efetivas. “Uma boa formação é aquela que contribui para o desenvolvimento profissional docente e para aprimoramento das práticas dos educadores. Está bastante conectada ao seu contexto, responde às suas necessidades e demandas e, de fato, instrumentaliza o profissional a realizar as mudanças que a educação requer”, resumiu Cléa. 

Marcelo ressaltou a necessidade de realizar formações que sejam continuadas de fato, e não se resumam a momentos pontuais. “Uma formação prolongada ajuda os profissionais a internalizarem as mudanças. (…) É a formação que vai sensibilizar, engajar para que a educação faça sentido ”, defendeu. O combate às fake news sobre o Novo Ensino Médio foi também uma constante nos discursos, exigindo um trabalho de base para esclarecer as mudanças propostas e levar informação qualificada que prepare os educadores para implementar as mudanças na prática.

Vale lembrar que não é preciso esperar a homologação dos novos currículos, embora eles sejam o ponto de partida para a implementação, para dar início ao planejamento e à execução das formações. Cléa explica como as redes podem começar seus processos formativos:

A experiência de São Paulo

O estado foi o primeiro a homologar o referencial curricular alinhado ao Novo Ensino Médio. E este ano, os alunos do 1º ano da etapa já vivenciam as mudanças propostas nesse novo modelo. Marcelo compartilhou as estratégias para concretizar as formações, que incluem a realização de transmissões ao vivo e encontros presenciais. “Com o início da pandemia, implementamos um centro de mídia que tem nos apoiado nas formações, com  realização de webinários e reuniões e nas comunicações com a rede”, ressaltou. 

Neste momento, o estado está iniciando uma trilha formativa aberta para gestores e professores que desejem se inscrever (acesse aqui ) e, pela primeira vez, os estudantes poderão se matricular nos itinerários formativos, a parte flexível do currículo. Para Marcelo, a escuta de diferentes profissionais e o diálogo com as redes, assim como a inserção de momentos formativos ao longo de todo o ano, fez toda a diferença no processo. “A mudança do Ensino Médio é muito complexa e não será levada de uma vez. É preciso criar momentos formativos de forma contínua, explicar à comunidade o que estamos propondo”.

O caso de Santa Catarina

Para Leticia, a grande característica da rede catarinense é a produção coletiva. “Historicamente, todos os nossos currículos e documentos são produzidos assim. Temos essa história de investimento no engajamento da rede, distribuído em escritas coletivas e formações capilarizadas. E sempre retomamos os pressupostos teóricos da nossa rede, buscando embasamentos sólidos antes de cada posicionamento”, explica. Com a implementação do Novo Ensino Médio não foi diferente. A secretaria buscou programas e experiências já existentes na rede que se aproximavam da proposta e, a partir deles, conseguiu mapear boas práticas e identificar experiências não tão exitosas. 

O referencial curricular catarinense foi homologado só em março de 2021, mas o estado já contava com 120 escolas-piloto de Novo Ensino Médio e uma boa quantidade de profissionais recebendo formações alinhadas. “Apostamos muito na disseminação capilarizada. E a participação na escrita coletiva faz com que tenhamos profissionais em toda a rede que estão familiarizados com a proposta do Novo Ensino Médio”, conta Leticia. Além disso, o diálogo constante com os educadores se mostrou fundamental para entender a percepção da rede sobre o novo modelo. “As dúvidas e inquietações são sempre um bom ponto de partida do que devemos abordar nas nossas formações”, afirma Leticia.

Nosso Ensino Médio 

Cléa apresentou a plataforma Nosso Ensino Médio, uma plataforma de formação gratuita e online, idealizada pelo Instituto Reúna, com Iungo e Itaú Educação e Trabalho. A plataforma disponibiliza um conjunto de materiais que apoiam as redes em toda a trajetória da implementação, incluindo a elaboração do plano de formação. Vale lembrar que  não basta planejar uma boa formação: é preciso monitorar o desenvolvimento dos profissionais de forma constante e avaliar o que está dando resultado. 

Confira, abaixo, a transmissão na íntegra:

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