A educação no contexto das mudanças climáticas esteve presente em encontros e mesas-redondas realizados na 29ª Conferência das Partes (COP29), que aconteceu em Baku, no Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro. No centro das conversas, foram debatidos temas como sustentabilidade, alfabetização climática e o papel da educação profissional e tecnológica (EPT) para promover a bioeconomia e a diversidade da Amazônia.
Este último, em especial, ganhou destaque ao ser selecionado como um dos temas para a COP30, próxima edição do evento que será realizada em 2025 pela primeira vez no Brasil. Segundo o Ministério da Educação (MEC), a EPT tem potencial para desempenhar um papel primordial no desenvolvimento de habilidades e tecnologias mais sustentáveis. Ainda de acordo com a pasta, a EPT contribui para a construção de uma sociedade mais resiliente, capaz de enfrentar os desafios climáticos com soluções inovadoras e práticas que promovam a sustentabilidade e a preservação ambiental.
“A COP29 foi uma oportunidade para o MEC apresentar, em um cenário global de desafios trazidos pelas mudanças climáticas, as diversas políticas exitosas que estão em curso, da educação básica à pós-graduação, que podem liderar o caminho para um futuro mais sustentável”, destacou Cláudio Alex Jorge, diretor de Articulação e Fortalecimento da Educação Profissional e Tecnológica da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Sete/MEC) e um dos enviados do Ministério ao evento.
A educação no contexto das mudanças climáticas na BNCC
No que tange à educação básica, um dos principais instrumentos para levar às salas de aulas temas como mudanças climáticas e sustentabilidade é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ela indica que a educação para a sustentabilidade e as mudanças climáticas seja um pilar transversal para as ações das escolas em todos os níveis de ensino e componentes.
Já de modo mais específico, a consciência socioambiental é citada em competências nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Linguagens. O tema também perpassa algumas das 10 competências gerais da BNCC, como Pensamento Científico, Crítico e Criativo, Responsabilidade e Cidadania, e Argumentação. Esta última, por exemplo, estimula os estudantes a argumentarem com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Ao trabalhar intencionalmente essas e outras competências da BNCC, as escolas permitem que os estudantes compreendam a complexidade das mudanças climáticas, reflitam sobre suas causas e consequências e, principalmente, possam buscar conhecimento para pensar em soluções que equilibrem desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Essa abordagem conecta a educação básica com os debates globais da COP29 e reforça o protagonismo do Brasil em iniciativas que priorizam a sustentabilidade.