Em um trabalho realizado pelo seu comitê interno de equidade para aprimorar as iniciativas institucionais de promoção da equidade racial, o Movimento pela Base desenvolveu um instrumento que passará a ser utilizado para endereçar a temática em seus projetos nos próximos anos. A criação do instrumento para avaliação da agenda de equidade racial se deu em um contexto de avançar com iniciativas que já vinham sendo desenvolvidas desde 2021.
As metas anteriores incluíam, por exemplo, o aumento da representatividade na equipe, o compromisso com a paridade entre finalistas dos processos seletivos, a oferta de formações para letramento racial da equipe e a admissão de pessoas negras no time. O acompanhamento dessas ações vem sendo realizado constantemente pelo comitê de equidade do Movimento pela Base, que tem a missão de monitorar, aprimorar e entender como a equidade está sendo trabalhada de forma efetiva considerando a missão e propósito da organização.
Em 2023, o avanço nessas práticas passou a incluir também uma análise das ações antirracistas na organização, tendo a equidade como temática transversal, ampliando a admissão e a retenção de pessoas negras no time e a busca pelo aumento da representatividade entre parceiros técnicos e fornecedores.
“Este ano, com o comitê de equidade, notamos a necessidade de ir além, e pautamos a criação de um instrumento orientativo de mensuração da agenda na organização, além de dar nitidez para o time de como um projeto pode contribuir mais ou menos para a agenda conforme seu desdobramento”, explica Coordenadora de Inteligência de Dados e Monitoramento do Movimento pela Base e uma das responsáveis pela criação do instrumento.
O projeto se desenvolveu a partir de uma formação realizada pela organização SimbiOsc, que deu insumos para a equipe do Movimento avançar na visibilidade às práticas internas para a equidade racial. “Tínhamos uma necessidade de mensurar nossas ações, mas ainda não havíamos definido o formato. Fizemos, então, uma escuta com todas as áreas para conseguir criar uma rubrica com cinco níveis, no qual o nível almejado propõe ações que promovem a agenda de equidade de forma sistêmica na organização, com mudança interna e externa. Estamos amadurecendo a versão final do documento, mas ele se pauta no objetivo de oferecer mais orientações para o time, ajudando a internalizar a equidade racial e promover mudanças de impacto”, completa.
Instrumento para avaliação da agenda de equidade racial
De acordo com Deborah, o instrumento é organizado em cinco níveis progressivos, sendo o primeiro indesejável por não promover nenhuma ação de equidade ou perpetuar práticas discriminatórias, até o nível almejado, que compreende uma transformação sistêmica nas ações da organização. “A ideia é que a proposta seja educativa, atentando a todas as áreas”, explica.
O instrumento também leva em consideração as alavancas de equidade racial já estabelecidas no Movimento pela Base, que contam com três princípios detalhados a seguir:
- Acesso e representação
Ampliação da representatividade racial e regional no time, na rede de parceiros e fornecedores, e em espaços de discussão, com busca pela criação de oportunidades de liderança para pessoas de grupos racialmente discriminados.
- Dados e políticas educacionais
Utilização de dados, pesquisas e evidências com foco, recorte ou representatividade racial e regional de forma transparente para aprimorar as políticas, programas, documentos ou normativas relacionados à BNCC, e a atuação da organização.
- Letramento racial
Fortalecimento do conhecimento de outros membros da equipe, de parceiros e do público em geral sobre questões étnico-raciais, de forma prática ou teórica e alinhada à visão institucional.
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