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Jovens querem ter poder de escolha sobre sua própria aprendizagem. Foi isso o que apontou uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha, e encomendada pelo Todos Pela Educação, sobre o que estudantes do Ensino Médio esperam da escola. Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados desejam um currículo “flexível”, ou seja, com a possibilidade de escolher em que aprofundar seus estudos. Dentro desse grupo, 35% preferem uma escola que ofereça aulas comuns para todos os estudantes em certos momentos, e em outros, a possibilidade de ampliar conhecimentos em disciplinas de maior interesse – um modelo que já existe desde 2018 com o Novo Ensino Médio.

Os jovens apontam que poder escolher o que estudar, por meio de um currículo mais flexível, é importante para se aprofundar em disciplinas do seu interesse (35%) e cursar o ensino técnico (29%). A pesquisa revelou ainda que quando os estudantes adquirem conhecimento sobre o Novo Ensino Médio (45% dos entrevistados), a vontade de estudar com um currículo flexível sobe para 70%. E entre os 8% dos entrevistados que se consideram bem informados sobre o Novo Ensino Médio, o desejo por um currículo flexível cresce ainda mais, representando 79%.

A pesquisa foi realizada presencialmente com jovens de 14 a 16 anos, de escolas públicas e privadas, que ingressaram no primeiro ano do Ensino Médio em 2024. Um reportagem com os principais achados foi exibida no dia 11 de março de 2024, no Jornal Nacional:

Conhecer para implementar: o modelo do Novo Ensino Médio

Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) pela pesquisa diz que não tem conhecimento sobre o Novo Ensino Médio ou a reforma que instituiu um novo modelo para a etapa, em 2016. Entre aqueles que dizem ter tomado conhecimento sobre as mudanças: 34% as avaliam como “muito positivas” enquanto apenas 6% as avaliam como “muito negativas”. Quando aplicado o recorte para os que consideram  “ter tomado conhecimento e estar bem informado”, o percentual de “muito positivo” sobe para 47%.

“Ainda que a pesquisa não busque avaliar o Novo Ensino Médio como está hoje, que tem uma série de problemas já evidenciados e que precisam ser corrigidos, os dados reforçam que a essência, os princípios do Novo Ensino Médio, são, sim, defendidos pela maioria dos jovens que estão ingressando agora na etapa, sobretudo entre aqueles que dizem conhecerem bem o novo modelo”, avalia Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo do Todos Pela Educação. Para ele, os dados trazem novos subsídios para aperfeiçoar a proposta legislativa que busca ajustar o modelo e que está em fase final de tramitação no Congresso Nacional.

Outro  levantamento, realizado pelo Caed, indicou exposição moderada dos estudantes às mudanças trazidas pela BNCC e um déficit no grau de informação sobre o Novo EM. Como conclusão, expôs que “o baixo nível de informação sobre a reforma do Ensino Médio tende a afetar a expectativa do estudante quanto ao Ensino Médio”.

Para o Movimento pela Base, é certo que a política precisa de aprimoramento, mas, como endossado pelos dados, aponta na direção correta. Vale lembrar que a implementação já é realidade: os 27 referenciais curriculares foram alinhados ao novo modelo e cada estado caminha em seu próprio ritmo para colocar as mudanças em prática.

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