Nos dias 13 e 14 de novembro, o Movimento pela Base promoveu, em Brasília, mais uma edição do Papo da Base, dessa vez com o tema “diálogos e práticas dos territórios”, que reuniu 69 participantes de 24 estados e do Distrito Federal, entre representantes de redes estaduais e municipais, conselhos de educação, equipes técnicas de secretarias, especialistas e organizações da sociedade civil. A proposta do evento foi aprofundar o debate sobre a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a partir das experiências concretas vividas nos territórios e do cotidiano das redes de ensino.
Participantes do Papo da Base 2025, realizado em Brasília, encontro que reuniu representantes de redes estaduais e municipais de 24 estados e do Distrito Federal, além de conselhos de educação, especialistas e organizações da sociedade civil, para discutir a implementação da BNCC a partir das experiências dos territórios.
Ao longo dos dois dias, o encontro combinou apresentação de evidências, escuta qualificada e trabalho coletivo. A metodologia foi pensada para valorizar o protagonismo das redes, criando um espaço de troca entre quem fórmula, acompanha e implementa políticas públicas na prática, com foco na construção conjunta de diagnósticos, aprendizados e recomendações.
Abertura institucional e articulação federativa
Representantes de diferentes instâncias da educação brasileira participam da mesa de abertura do Papo da Base 2025, reforçando o caráter federativo da implementação da BNCC e o diálogo entre União, estados, municípios e conselhos.
A abertura institucional reuniu lideranças de diferentes instâncias da educação brasileira, refletindo o caráter federativo da implementação da BNCC. Participaram da mesa Antonio Bresolin (Movimento pela Base); Tereza Farias (Ministério da Educação); César Calegari (Conselho Nacional de Educação); Anderson Passos (Undime Bahia); Giselle Pereira Campos Faria (Consec); Luis Cipriano (UNCME); Felipe Michel (Foncede); e Alessandra Oliveira de Almeida (Secretaria de Educação de Goiás).
As falas reforçaram a BNCC como referência comum para a garantia dos direitos de aprendizagem e destacaram a importância da articulação entre União, estados, municípios e conselhos para consolidar o currículo nas escolas.
“A BNCC é uma das políticas mais estruturantes do país, porque define o que todo estudante tem direito de aprender. Escutar como essa implementação acontece nas redes é fundamental para fortalecer a política e conectá-la a outras agendas públicas”, destacou Tereza Farias, do Ministério da Educação.
Tereza Farias, coordenadora-geral de Ensino Fundamental do Ministério da Educação, participa da mesa de abertura do Papo da Base 2025, destacando o papel da BNCC como política estruturante e a importância da escuta das redes na consolidação curricular.
Evidências para orientar o debate
Na sequência, a equipe do Movimento pela Base apresentou evidências produzidas a partir do Raio X da Implementação e da QualiBNCC, ferramenta que apoia redes na análise da coerência entre currículo, formação, avaliação e materiais didáticos. Os dados indicam avanços na consolidação da BNCC como referência nacional, ao mesmo tempo em que evidenciam desafios persistentes na transposição do currículo para a prática pedagógica.
As evidências serviram de base para orientar os debates técnicos realizados ao longo do encontro, especialmente nos Grupos de Trabalho organizados por cada etapa da Educação Básica.
O que as redes discutiram ao longo do encontro
Nos subgrupos divididos no encontro, representantes das redes compartilharam experiências, analisaram recomendações e identificaram prioridades comuns. Entre os principais temas discutidos, destacam-se:
- a necessidade de ampliar formações continuadas mais práticas, conectadas ao cotidiano das redes;
- o fortalecimento do alinhamento entre currículo, avaliação e materiais didáticos;
- o uso pedagógico das avaliações para apoiar a recomposição das aprendizagens;
- a importância de mecanismos de acompanhamento mais próximos das escolas;
- o papel da escuta territorial para monitorar e aprimorar a implementação da BNCC.
A troca entre redes de diferentes regiões permitiu reconhecer desafios recorrentes, ao mesmo tempo em que evidenciou a diversidade de contextos e estágios de implementação.
“A implementação da BNCC exige olhar atento para as realidades locais e colaboração entre redes. A troca entre territórios é uma estratégia potente para avançar”, destacou Giselle Pereira Campos Faria, do Consec.
Giselle Pereira Campos Faria, vice-presidente da região Centro-Oeste do Consec, durante o Papo da Base 2025, reforçando a relevância da colaboração entre estados e da troca entre redes para fortalecer a implementação da BNCC.
Síntese dos aprendizados e próximos passos
No segundo dia, os grupos aprofundaram as discussões com foco em avaliação e materiais didáticos e participaram de uma sessão final de compartilhamento dos aprendizados do encontro. As apresentações por etapa evidenciaram convergências importantes e reforçaram a necessidade de manter espaços permanentes de diálogo entre redes.
Representantes das redes do Rio de Janeiro e de Minas Gerais durante atividade colaborativa do Papo da Base 2025, dedicada à troca de experiências e à análise de desafios e avanços na implementação da BNCC nos territórios.
“Esse encontro foi importante para coroar um ciclo de trabalho do Movimento pela Base voltado à qualificação da avaliação da implementação da BNCC. Reunimos equipes técnicas de estados e municípios para trocar experiências e construir recomendações que nos ajudam a avançar nos próximos passos da política curricular”, afirmou Antonio Bresolin, diretor executivo do Movimento pela Base.
Antonio Bresolin, diretor executivo do Movimento pela Base, durante o Papo da Base 2025, encontro que reuniu redes de diferentes regiões para analisar e qualificar a implementação da BNCC a partir das experiências dos territórios.
O encerramento do Papo da Base marcou a conclusão de um ciclo de trabalho do Movimento pela Base voltado à qualificação da avaliação da implementação da BNCC. As contribuições reunidas ao longo dos dois dias serão sistematizadas e incorporadas à síntese anual do Movimento, com recomendações construídas coletivamente para apoiar redes e gestores nos próximos passos da política curricular no país.



