O Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), de Minas Gerais, realizou uma pesquisa em 2021, a pedido do MEC, sobre o andamento da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e seus efeitos na escola.
Os resultados dos esforços das redes e conselhos estaduais e municipais, Consed, Undime, Uncme, Foncede e sociedade civil para que a BNCC chegue nas escolas começam a aparecer.
A pesquisa foi realizada via plataforma online, com apoio do Consed e da Undime, na qual 24,2 mil profissionais de educação de secretarias municipais e estaduais, entre professores (18,8 mil), gestores escolares e técnicos registraram suas respostas. Os profissionais trabalham em 597 escolas estaduais e 798 escolas municipais. Na etapa qualitativa, foram entrevistados 23 dirigentes estaduais e 139 dirigentes municipais.
Conheça os principais resultados
A maioria dos entrevistados percebe o quanto a BNCC tem alterado sua prática profissional e, no mínimo, tem predisposição para as mudanças que a BNCC traz. Veja a percepção positiva dos profissionais que ocupam diferentes cargos nas redes:
A boa receptividade da BNCC é vista graças ao elevado grau de participação nas secretarias e escolas em ações e atividades de implementação da BNCC, sendo que ainda há espaço para aumentar a porcentagem de professores. Nas escolas, 46% de diretores, 48% de coordenadores e 38% de professores têm participação média ou média alta.
O envolvimento baixo é apontado por 19% dos diretores, 21,7% dos coordenadores pedagógicos e 31% dos professores, o que indica alguma presença nas escolas, mas potencial de melhoria.
Abaixo, veja a representação da participação baixa (em azul), e da média ou média alta (em verde):
O regime de colaboração entre estados e municípios foi impulsionado pela construção curricular alinhada à BNCC e se apresenta com maior capacidade de minimizar as desigualdades.
A BNCC é percebida pelos profissionais da educação como política que favorece a diversidade local. Quando deixa claro o que é comum a todos os estudantes, abre espaço principalmente nas redes municipais, para maior reflexão e discussões sobre identidades dos territórios.
Veja a percepção alta ou média-alta dos profissionais sobre os efeitos da BNCC na centralidade dos currículos:
Veja os dados e as práticas em vídeo
O Movimento pela Base realizou em outubro de 2021 um vídeo sobre a pesquisa que aponta os efeitos positivos da BNCC e sobre as práticas de secretarias e escolas em Goiás e Rio Grande do Sul relacionadas à implementação dos currículos.
Nossos convidados foram:
Cíntia Camilo, técnica da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (GO) e Embaixadora da BNCC;
Marcelo Burgos, pesquisador associado ao Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), da UFJF, e professor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio;
Simone Mumbach, técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Francisco de Paula (RS) e Embaixadora da BNCC.