A competência geral Empatia e cooperação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) busca desenvolver nos alunos a capacidade de se colocar no lugar do outro, entendendo e respeitando diferentes sentimentos, opiniões e pontos de vista. A empatia é essencial para a convivência em sociedade, pois permite que as pessoas construam relacionamentos mais saudáveis e respeitosos, reconhecendo a importância da diversidade e do diálogo.
Já a cooperação incentiva o trabalho em equipe, a colaboração e a solidariedade. Ao desenvolver essa competência, os estudantes aprendem a resolver problemas de forma conjunta. Com esse trabalho no ambiente escolar, espera-se que os estudantes se tornem pessoas mais abertas ao diálogo, capazes de respeitar diferentes perspectivas e de criar conexões mais saudáveis com os outros.
Com isso, a BNCC prepara as crianças e jovens para desenvolver a habilidade de se colocar no lugar do outro, o que favorece o entendimento de diferentes sentimentos e contextos, ajudando a reduzir conflitos e a promover ambientes mais harmoniosos, tanto na escola quanto na vida social.
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“Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.”
Como coloca o texto da BNCC, a competência nova trata da capacidade dos estudantes de exercitarem a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação para estabelecerem relações com o outro de maneira mais respeitosa, harmônica e sem preconceitos de qualquer natureza. Essa competência dialoga muito com currículo de Ciências Humanas e de Linguagens, mas também é desenvolvida na prática pedagógica e no ambiente escolar em todos os momentos de convivência.
Nos currículos, pode-se inserir habilidades relacionadas à valorização da diversidade, principalmente a partir da discussão dos grandes conflitos que existem no mundo, como as questões das desigualdades e das injustiças. Com isso, espera-se que a escola possa desenvolver conhecimentos e capacidades dos estudantes de mediarem conflitos, lidarem com a violência e construírem uma cultura de paz.
Os currículos precisam ainda inserir habilidades relacionadas à capacidade de compreender a opinião e os sentimentos de outras pessoas, assim como a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso pode ser trabalhado, por exemplo, através da construção de regras de convivência na própria escola, ou com a inclusão de habilidades que discutam como está a convivência no mundo, na cidade e no país.
Para apoiar redes, escolas e professores a compreender as Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular e como elas progridem ao longo da Educação Básica, especialistas do Movimento pela Base e do Center for Curriculum Redesign analisaram referências curriculares mapeadas no Brasil e no exterior e criaram um material orientador. Ele detalha as dimensões e subdimensões que compõem cada uma das 10 Competências Gerais da BNCC, indicando como elas podem evoluir da Educação Infantil até o Ensino Médio.
Vale frisar que essa é uma divisão didática apenas, para ajudar a construir esse tema de maneira mais clara, pois todas as competências gerais se interrelacionam e não precisam ser desenvolvidas de forma isolada!
Acesse aqui o material completo!
No caso da competência geral Empatia e da cooperação, o documento propõe duas dimensões (Empatia e Diálogo e convivência) e um total de seis subdimensões. Veja mais sobre elas abaixo:
Empatia
- Valorização da diversidade
Reconhecimento, valorização e participação em grupos e contextos culturalmente diversos. Interação e aprendizado com outras culturas. Combate ao preconceito e engajamento de outros com a diversidade.
- Alteridade (reconhecimento do outro)
Compreensão da emoção dos outros e do impacto de seu comportamento nos demais. Relativização de interesses pessoais para resolver conflitos que ameaçam a necessidade de outros ou demandam conciliação.
- Acolhimento da perspectiva do outro
Compreensão de motivações, pontos de vista e sentimentos do outro. Atuação em favor de outras pessoas e comunidades.
Diálogo e convivência
- Diálogo e convivência
Utilização de diálogo para interagir com pares e adultos. Construção, negociação e respeito a regras de convivência. Promoção de entendimento e melhoria do ambiente na escola e comunidade.
- Colaboração
Trabalho em equipe, planejando, tomando decisões e realizando ações e projetos de forma colaborativa.
- Mediação de conflitos
Mediação e negociação para evitar e resolver desentendimentos.
A BNCC destaca que competências gerais da Educação Básica “inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.”
Na prática, significa que as propostas e as expectativas devem ser adequadas a cada etapa de ensino, garantindo um trabalho constante ao longo de toda a escolarização.
Considerando as dimensões e subdimensões pontuadas acima para a competência geral Empatia e cooperação, espera-se que até o 3º ano do Ensino Fundamental o estudante valorize diversas perspectivas, compreendendo pontos de vista diferentes dos seus. Já ao final do Ensino Fundamental e durante o Ensino Médio, espera-se que participe de grupos, redes e ambientes culturalmente diversos.
Na subdimensão alteridade, espera-se que até o 3º ano do Ensino Fundamental os alunos compreendam as emoções dos demais colegas e o impacto das suas ações nos outros, enquanto até o 3º ano do Ensino Médio ele já poderia reconhecer e se conectar com interesses e necessidades de diferentes atores em ambientes sociais complexos.
Agora, vamos considerar outra subdimensão muito presente nas salas de aula, a colaboração. Ela também está prevista quando se pensa em competências gerais e ganha dimensões distintas dependendo da faixa etária. Nesse sentido, até o 3º ano do Ensino Fundamental, por exemplo, espera-se que o estudante trabalhe em equipe para resolver problemas específicos, já até o 6º ano, o faça com maior proatividade para resolver problemas mais complexos. Já maiores, no 9º Ensino Fundamental, almeja-se que possam planejar, decidir e realizar ações e projetos colaborativamente, enquanto até o 3º ano do Ensino Médio engajariam nesses mesmos tipos de projetos, mas em contextos mais desafiadores e com elevada complexidade de colaboração.
Esses são apenas exemplos para mostrar como o tema permeia todas as etapas de ensino e os componentes curriculares. Vale lembrar que, por ser uma proposta interdisciplinar, há uma infinidade de projetos que podem ser aplicados a depender de cada contexto escolar.
Uma das grandes inovações da BNCC foi promover a aprendizagem significativa, que vai além de apenas decorar fatos ou fórmulas. Essa proposta já vinha sendo defendida há anos na educação e trazer ela à tona nos currículos é uma maneira de colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem.
As competências gerais traduziram essa intenção dentro da BNCC, promovendo Educação Integral, a conexão com o mundo real, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a preparação para o futuro, o fomento ao pensamento crítico e criativo e a promoção da cidadania, dentre outros aspectos.
Aqui no Movimento pela Base construímos um documento bastante prático na compreensão de cada competência e suas subdimensões. Ele mostra que as escolas podem traduzir as competências gerais em atividades que levem em conta os seguintes preceitos:
Para conhecer o material completo, clique aqui!
Você pode se aprofundar mais neste tema com uma seleção de arquivos que separamos a seguir:
Curso online, gratuito e com certificação sobre as Competências Gerais. O curso foi elaborado pela Nova Escola em parceria com a Fundação Lemann e o Instituto Inspirare, e contou com apoio técnico do Movimento pela Base. A ideia é orientar o planejamento de práticas pedagógicas que trabalhem com as Competências ao longo de toda Educação Básica.
Em parceria com a organização Center for Curriculum Redesign, preparamos a publicação “Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC”. Com orientações técnicas que trazem boas referências, o documento ajuda a definir alguns marcos, que permitem acompanhar a progressão das competências ao longo dos anos escolares e saber como elas evoluem.
Produzimos também a série As Competências Gerais no currículo. São 10 vídeos explicando como inserir e trabalhar cada uma das competências gerais nos documentos curriculares. Indicando com que áreas do conhecimento cada uma delas está mais intimamente relacionada, trazendo exemplos de práticas pedagógicas e de que habilidades devem ser inseridas nos currículos, é possível ter uma visão mais concreta de como as competências gerais vão estar presentes na formação dos alunos.