A competência de Pensamento Científico, Crítico e Criativo é como ter um superpoder para entender o mundo! Ela incentiva os alunos a fazerem perguntas, experimentar e buscar soluções inovadoras para problemas. Inspirados por essa ideia, os alunos são incentivados a pensar fora da caixa, combinando ciência e criatividade para criar novas ideias e soluções.

Afinal, todo grande invento começa com uma pequena ideia e um “E se…?” E isso se aplica a todos os componentes curriculares, pois a capacidade de investigar é necessária em todos eles. Por isso, ao promover essa competência a BNCC indica que os currículos prevejam atividades em que essa investigação se torne possível, dentro do contexto de cada escola.

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Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.”

Como coloca o texto da BNCC, a competência dois fala da capacidade dos alunos usarem o pensamento científico, mas também a criticidade e a criatividade para investigar a realidade, resolver desafios e criar soluções para os problemas do mundo. 

Embora essa competência também diga respeito à capacidade de interpretar os dados e as informações, ela dialoga com todos os componentes curriculares. Isso porque ela propõe, mais amplamente, incentivar os alunos a fazerem perguntas. Afinal, como obter conhecimento se a gente não sabe perguntar, se não tem curiosidade e capacidade de entender o que a gente realmente quer saber sobre um determinado assunto?

Essa competência também pode ser proposta no currículo para desenvolver a habilidade dos estudantes em usar a lógica e a dedução para fazer investigações sobre a realidade, especialmente quando estiverem desenvolvendo projetos de pesquisa, estudos de campo e experiências em laboratório.

É importante que os currículos não se preocupem em oferecer um conteúdo pronto aos estudantes, mas que ofereçam também espaço para que eles formulem e testem suas hipóteses, cheguem a conclusões a partir de evidências e façam a síntese das conclusões a partir dos seus experimentos.

Nesse processo, entram todas as facetas da criatividade, sendo fundamental que as aulas prevejam momentos para que os alunos exponham e exercitem suas ideias e soluções.

Para apoiar redes, escolas e professores a compreender as Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular e como elas progridem ao longo da Educação Básica, especialistas do Movimento pela Base e do Center for Curriculum Redesign analisaram referências curriculares mapeadas no Brasil e no exterior e criaram um material orientador. Ele detalha as dimensões e subdimensões que compõem cada uma das 10 Competências Gerais da BNCC, indicando como elas podem evoluir da Educação Infantil até o Ensino Médio.

Vale frisar que essa é uma divisão didática apenas, para ajudar a construir esse tema de maneira mais clara, já que todas as competências gerais se interrelacionam e não precisam ser desenvolvidas de forma isolada!

Acesse aqui o material completo!

No caso da competência Pensamento Científico, Crítico e Criativo, o documento propõe duas dimensões – Criatividade e Pensamento científico e crítico. A primeira, Criatividade, engloba cinco subdimensões. Já a segunda, Pensamento científico e crítico, contém seis subdimensões. Veja mais sobre elas abaixo:

 

Criatividade

  • Exploração de ideias 

Testagem, combinação, modificação e geração de ideias para atingir objetivos e resolver problemas.

  • Conexões 

Conexão entre ideias específicas e amplas, prévias e novas, a partir de diferentes caminhos.

  • Criação de processos de investigação

Criação de planos de investigação para pesquisar uma questão ou solucionar um problema.

  • Soluções 

Questionamento e modificação de ideias existentes e criação de soluções inovadoras.

  • Execução 

Experimentação de opções e avaliação de riscos e incertezas para colocar ideias em prática

 

Pensamento científico e crítico

  • Formulação de perguntas 

Formulação de perguntas para garantir base sólida para a investigação.

  • Interpretação de dados

Interpretação de dados e informações com base em critérios científicos, éticos e estéticos. Posicionamento crítico.

  • Lógica e raciocínio

Uso de raciocínio indutivo e dedutivo para analisar e explicar recursos, soluções e conclusões de processos de investigação.

  • Desenvolvimento de hipóteses

Formulação de hipóteses. Explicação da relação entre variáveis. Sustentação de raciocínio com intuição, observação, modelo ou teoria.

  • Avaliação do raciocínio e explicação de evidências

Análise de argumentos, raciocínios e evidências. Aprimoramento da lógica da investigação 

  • Síntese 

Comparação, agrupamento e síntese de informações de diferentes fontes para produzir conclusões sólidas e evitar erros de lógica.

A BNCC destaca que competências gerais da Educação Básica “inter-relacionam-se e desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB.”

Na prática, significa que as propostas e as expectativas devem ser adequadas a cada etapa de ensino, garantindo um trabalho constante ao longo de toda a escolarização.

No caso da competência geral Pensamento científico, crítico e criativo, por exemplo, os estudantes são convidados a olhar para a ciência e suas possibilidades a partir de dois vieses: o olhar criativo, que permite desde a exploração das mais diversas ideias até a execução delas, e o olhar crítico, que permite que a formulação de perguntas se desenvolva até a consolidação de uma síntese, passando por interpretação de dados, desenvolvimento de hipóteses e explicação de evidências.

Contudo, a maneira como essa competência é promovida nas aulas irá mudar de acordo com a etapa e maturidade dos estudantes. Por exemplo: enquanto alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental podem ser incentivados a utilizar o pensamento criativo para propor soluções inovadoras, os alunos dos Anos Finais e Ensino Médio tem conhecimento para ir além, criando de fato uma proposta inovadora e modificando ideias em função de variações de seu contexto.

O mesmo vale no âmbito do pensamento crítico. Um projeto para estudantes dos Anos Iniciais pode ajudá-los a criar perguntas específicas para investigar um problema ou desafio, enquanto para alunos de etapas mais avançadas poderá propor perguntas instigantes, que garantem a profundidade, qualidade e relevância das informações coletadas por meio da investigação.

Esses são apenas exemplos para mostrar como o tema permeia as etapas de ensino e também os componentes curriculares. Vale lembrar que, por ser uma proposta interdisciplinar, há uma infinidade de projetos que podem ser aplicados a depender de cada contexto escolar.

Uma das grandes inovações da BNCC foi promover a aprendizagem significativa, que vai além de apenas decorar fatos ou fórmulas. Essa proposta já vinha sendo defendida há anos na educação e trazer ela à tona nos currículos é uma maneira de colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem.

As competências gerais traduziram essa intenção dentro da BNCC, promovendo Educação Integral, a conexão com o mundo real, o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a preparação para o futuro, o fomento ao pensamento crítico e criativo e a promoção da cidadania, dentre outros aspectos.

Aqui no Movimento pela Base construímos um documento bastante prático na compreensão de cada competência e suas subdimensões. Ele mostra que as escolas podem traduzir as competências gerais em atividades que levem em conta os seguintes preceitos:

Para conhecer o material completo, clique aqui!

Você pode se aprofundar mais neste tema com uma seleção de arquivos que separamos a seguir:

Curso online, gratuito e com certificação sobre as Competências Gerais. O curso foi elaborado pela Nova Escola em parceria com a Fundação Lemann e o Instituto Inspirare, e contou com apoio técnico do Movimento pela Base. A ideia é orientar o planejamento de práticas pedagógicas que trabalhem com as Competências ao longo de toda Educação Básica.

Em parceria com a organização  Center for Curriculum Redesign, preparamos a publicação “Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC”. Com orientações técnicas que trazem boas referências, o documento ajuda a definir alguns marcos, que permitem acompanhar a progressão das competências ao longo dos anos escolares e saber como elas evoluem. 

Produzimos também a série As Competências Gerais no currículo. São 10 vídeos explicando como inserir e trabalhar cada uma das competências gerais nos documentos curriculares. Indicando com que áreas do conhecimento cada uma delas está mais intimamente relacionada, trazendo exemplos de práticas pedagógicas e de que habilidades devem ser inseridas nos currículos, é possível ter uma visão mais concreta de como as competências gerais vão estar presentes na formação dos alunos.

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