O ano de 2025 promete ser decisivo para a educação básica, com avanços e mudanças importantes que merecem atenção de gestores, educadores e toda a comunidade escolar. Quatro temas se destacam nesse cenário: as mudanças do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o início efetivo do Novo Ensino Médio, as expectativas em torno do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) para os Anos Iniciais, e o impacto do Plano Nacional de Educação (PNE).

Confira a seguir mais detalhes de cada tema e como eles dialogam com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)!

As mudanças previstas no Saeb

O Saeb ganha relevância neste ano, especialmente diante da implementação de novos indicadores e possíveis revisões de diretrizes, anunciada pelo Ministério da Educação (MEC) em setembro de 2024. Em 2025, espera-se que a avaliação forneça dados ainda mais robustos sobre o desempenho dos estudantes e as desigualdades educacionais no Brasil. Importante ressaltar que a adoção de instrumentos de avaliação alinhados à BNCC tem o potencial de medir competências e habilidades de forma mais abrangente, indo além do foco tradicional em conteúdos específicos. Com isso, gestores e educadores poderão ter uma visão mais precisa dos avanços e desafios no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para o planejamento de políticas públicas mais eficazes.

Início das mudanças para o Ensino Médio

Já no Ensino Médio, 2025 será um marco para a consolidação das novas propostas pedagógicas, alinhadas à BNCC. As mudanças, que incluem maior flexibilização curricular e a introdução dos itinerários formativos, começam a mostrar seus primeiros resultados de forma mais perceptível. Será um momento crucial para avaliar como escolas, professores e estudantes estão lidando com essa transformação. Entre os principais desafios, destacam-se a infraestrutura necessária para atender às novas exigências, a formação continuada dos docentes e o engajamento dos alunos em um modelo que busca equilibrar formação geral e escolhas individuais.

Expectativa para o PNLD Anos Iniciais

Em dezembro, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) promoveu uma reunião técnica para apresentação e debate das propostas preliminares do edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Anos Iniciais, ciclo 2027-2030. O debate sobre o tema deve seguir em 2025, e vai impactar a aquisição de livros didáticos e pedagógicos destinados a estudantes e professores das redes públicas, abrangendo instituições federais, estaduais e municipais, além de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas conveniadas.

O PNLD Anos Iniciais se apresenta como uma oportunidade de levar às escolas materiais inovadores e inclusivos para apoiar os professores na alfabetização e no letramento das crianças. Há o desafio, contudo, de garantir a diversidade das salas de aula brasileiras, com obras que dialoguem com as diferentes realidades regionais e ampliem a pluralidade cultural. Também é necessário garantir a inclusão de materiais que favoreçam o uso de tecnologias educacionais e estratégias de ensino inovadoras para alcançar os objetivos de aprendizagem estabelecidos pela BNCC. Esse movimento também representa um esforço para alinhar as práticas pedagógicas às necessidades contemporâneas das escolas.

O futuro do PNE

O Plano Nacional de Educação (PNE) deveria ter passado por uma atualização em 2024, contudo, em julho a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei prorrogando o atual PNE até 31 de dezembro de 2025. Ainda assim, corre em paralelo outro projeto, que havia sido pautado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que acabou sendo sobreposto no debate. 

Olhar para o andamento desse debate é importante especialmente porque boa parte dos 18 objetivos, 58 metas e 252 estratégias que devem ser postos em prática na educação não foram cumpridos no período anterior.

Além disso, espera-se que um novo PNE enderece lacunas que precisam ser enfrentadas, como a redução das desigualdades educacionais e o acesso universal à educação básica de qualidade, que ainda são grandes desafios para o Brasil. Essa revisão não apenas identificará o que foi cumprido, mas também apontará as áreas em que é preciso intensificar esforços.

Vale lembrar que a construção de um novo PNE exige a mobilização de diferentes setores da sociedade e um diálogo amplo para definir estratégias que reflitam os desafios contemporâneos. Questões como valorização dos profissionais da educação, fortalecimento das políticas de inclusão e o impacto da tecnologia nas práticas de ensino deverão ocupar lugar central nas discussões.

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