Dia 7 de outubro, o Movimento pela Base realizou uma transmissão ao vivo sobre estratégias de recomposição de aprendizagens (acompanhe neste link).

Dentre os impactos da pandemia na educação, ficou evidente o aprofundamento das desigualdades. Dados do Instituto Datafolha, mostram que em maio de 2020 cerca de 24% dos estudantes brasileiros não tinham acesso às atividades remotas para fazer em casa (nem via internet, TV ou materiais impressos, por exemplo).

Essa realidade impactou de forma muito grave a aprendizagem dos estudantes brasileiros, como ficou claro na divulgação dos dados do SAEB 2021.

Para aprofundar as reflexões sobre como podemos construir estratégias para recuperar os danos deste período e possibilitar que todos aprendam, realizamos um vídeo com a participação de:

  • Ana Ligia Scachetti, Diretora da Nova Escola;
  • João Paulo Cêpa, Gerente de Articulação do Movimento pela Base;
  • Katia Stocco Smole, Diretora do Instituto Reúna;
  • Maurício da Silva, Presidente da Fundação Municipal de Educação de Tubarão (SC).

A recomposição das aprendizagens é um processo

A crise na aprendizagem é anterior à pandemia de Covid-19, mas foi agravada em 2020, quando as escolas foram fechadas para evitar a proliferação do vírus. O ensino remoto reduziu danos na aprendizagem dos estudantes que possuem acesso à internet e ajuda dos familiares, mas foi altamente prejudicial para os que não tiveram essas possibilidades. 

Para Maurício da Silva, Presidente da Fundação Municipal de Educação, em Tubarão, Santa Catarina, as estratégias de recomposição de aprendizagens são fundamentais para que os estudantes possam fazer a travessia da dependência para a autonomia. Adquirindo habilidades e competências fundamentais, os alunos são capazes de expandir conhecimentos por si próprios, com menos dependência dos educadores. 

Os currículos alinhados à BNCC são fundamentais para a garantia das aprendizagens de todos os estudantes

99,9% das redes municipais possuem seus currículos de educação infantil e ensino fundamental alinhados à BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “O alinhamento dos currículos é fundamental para que os direitos de aprendizagem indicados na BNCC para cada ano escolar sejam garantidos a todos os estudantes brasileiros e para a construção de estratégias de recomposição de qualidade”, diz João Paulo.

Além disso, ele destaca a importância do monitoramento da implementação realizado neste Observatório, o que possibilita o compartilhamento de boas práticas, evidências e análises sobre os desafios da política.

Recomposição de aprendizagens, recuperação e reforço são ações diferentes

Embora o reforço e a recuperação estejam incluídos nas estratégias de recomposição de aprendizagem, o processo de recomposição é muito maior e abrangente. Katia Stocco Smole explica as diferenças entre os três conceitos e reforça a importância da recomposição em um cenário em que os alunos ficaram dois anos fora das salas de aula. Ela afirma: as defasagens não são culpa dos alunos.

É necessário trazer um olhar avaliativo para o dia a dia do professor

Para que o professor tenha mais agilidade para encaminhar o processo de recomposição das aprendizagens, é necessário estimular um olhar avaliativo no dia a dia dos educadores. Ana Ligia diz que é importante não perder mais tempo e ter clareza no ponto em cada estudante está, onde ele deve chegar, o que está funcionando e o que não está.  Segundo ela, para alcançar esse olhar mais refinado é necessário realizar avaliações cotidianas.

Veja os conteúdos indicados no vídeo:

Materiais sobre recomposição das aprendizagens

Material: Avalia e Aprende

Material para orientar a recomposição das aprendizagens do Ensino Médio

Material de Nova Escola sobre recomposição das aprendizagens