O que é necessário para que uma escola possa promover duas coisas básicas: aprendizagem e segurança?
O período pós-pandêmico trouxe para as escolas, além do desafio da recomposição das aprendizagens, a fragilidade da saúde mental. Esse problema escalou de maneira tão grave que, em 2023, as denúncias de casos envolvendo violência nas escolas subiram cerca de 50%, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
Em matéria ao G1, a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Betina Barros, comentou que os ataques violentos nas escolas não eram comuns no Brasil e passaram a acontecer com mais frequência a partir de 2018. Ela pontuou que isso é resultado de diversos fatores que se tornaram mais presentes neste período:
Isolamento social: durante a pandemia, os estudantes tiveram que ficar em casa, convivendo apenas com a família e dependendo da tecnologia para interações sociais.
Exposição à violência: nos espaços familiares, algumas crianças e adolescentes estiveram expostos a violência e maus-tratos.
Tecnologia: o acesso à internet sem mediação de um responsável tornou mais fácil o consumo de fóruns da internet, muitos na deep web, que disseminam ideias e conteúdos violentos. “Não à toa, muitos grupos racistas, conservadores e neonazistas se proliferam nestes ambientes”, explicou a especialista.
Polarização: no mesmo período, boa parte das relações estremeceram diante da polarização sanitária, social e política no país, o que pode ter servido como combustível para ideias mais extremistas.
Aprendizagem Segura
O aprendizado não é possível se não houver segurança física, emocional, social, acadêmica.
Foi pensando nisso, que o Vozes da Educação lançou o Movimento Aprendizagem Segura.
O Movimento Aprendizagem Segura propõe a (re)construção de um ambiente escolar seguro para que todas as crianças e adolescentes se desenvolvam plenamente, de maneira respeitosa e humana
A campanha reúne, além de um levantamento internacional sobre as boas práticas e abordagens escolares sensíveis ao trauma, o e-book “O que é preciso fazer para tornar uma escola segura?” e o curso “Como fomentar o ensino e a aprendizagem por meio da abordagem sensível ao trauma”.
A Abordagem Aprendizagem Segura promove a mobilização de toda a comunidade escolar, incluindo educadores, pessoal de apoio, estudantes e famílias, para um movimento de transformação. Confira: