Como nova integrante do MPB, tudo me parecia novo e fascinante. Mas nossa visita ao chão da escola no primeiro evento de celebração dos 10 anos do Movimento pela Base, que aconteceu em Vitória (ES), foi o mais emocionante: fomos ver a BNCC na prática.

Após uma cerimônia muito bonita, abrilhantada pela culinária capixaba e pelos discursos inspiradores, chegamos à segunda parte da celebração, a tão esperada visita. Os participantes se dividiram nas visitas a quatro escolas da rede pública, onde a BNCC já foi incorporada ao dia a dia de professores e estudantes.

Saiba mais: Quando os jovens são protagonistas: uma visita à escola Maria Penedo em Cariacica (ES)

À cargo do destino, fiquei com o Colégio Estadual Profª Maura Abaurre. Assim que chegamos, fomos presenteados com um bloquinho e caneta personalizados pela escola e uma trufinha. Se já estávamos conquistados pelo gesto de carinho, fomos surpreendidos mais uma vez. 

“Todo mundo deveria ser aplaudido de pé pelo menos uma vez na vida” foi a frase, do livro e filme Extraordinário, que veio a minha mente quando, no caminho até o auditório, recebemos, um a um, uma salva de palmas calorosa. 

A experiência foi toda guiada pelos alunos do Ensino Médio, que iniciaram as apresentações com um show de k-pop, gênero musical originado na Coreia do Sul e que é febre entre os mais novos. 

Saiba mais: Que cara tem quando dá certo? Uma visita à escola Clóvis Borges Miguel nos 10 anos do MPB

Depois, com os ânimos lá em cima, foi a vez de escutarmos o coral, que escolheu a canção Um Mundo Bem Melhor, paródia da famosa We Are The World, que fala sobre o potencial coletivo de mudar o mundo. 

Na sequência, conhecemos o laboratório, onde assistimos a um experimento prático de termodinâmica, propagação de calor e dilatação. Com muita propriedade, os alunos conduziram mais um experimento, em que explicaram a relação entre o brigadeiro e disciplinas como matemática e química, a exemplo da Lei de Lavosier e proporções. Claro, com o bônus de comermos o resultado do experimento!   

Com nossos copinhos de brigadeiro em mãos, nos dirigimos à biblioteca, onde pudemos explorar uma exposição fotográfica produzida pelos próprios alunos e que contava o dia a dia da escola. 

Foi neste espaço em que tivemos a oportunidade valiosa de trocar com os estudantes. Falando sobre o Ensino Médio, disseram gostar muito da possibilidade de ter poder de escolha sobre a sua formação. 

 

“O que é meu faz mais sentido, dá outra perspectiva”

Aluna do Ensino Médio do Colégio Estadual Profª Maura Abaurre, sobre a possibilidade de escolha do que querem estudar

 

Eles pontuaram que a parte diversificada do currículo ajuda no desempenho da parte “formal” e dá a oportunidade do aluno encontrar outros interesses. Ou seja, os Itinerários Formativos auxiliam no desempenho da Formação Geral Básica.

Eles nos contaram que eles é que estão à frente das atividades dos grupos de protagonismo/Clubes. Os alunos criam a proposta, cronograma e transformam em um edital que é aprovado pela escola. 

Durante toda a experiência, o que mais me chamou a atenção foi o protagonismo dos alunos. A participação na construção da própria formação parece fazer muita diferença no interesse, na dedicação, na autonomia. 

Me lembro de, durante minha jornada escolar, ser uma aluna muito participativa e principalmente, interessada. Mas ao chegar ao Ensino Médio, me sentia cansada e desestimulada. Minha inspiração para os estudos voltou quando cheguei ao Ensino Superior e pude me dedicar aos temas do meu interesse. 

Por isso, em primeiro lugar,  me senti preenchida por ver essas mudanças chegarem para as gerações seguintes. Alunos estimulados, bem articulados e ouvidos. Mas também, orgulhosa de fazer parte de uma organização que advoga para que toda criança e adolescente brasileiro possa vivenciar essa educação.  

Seguindo a visita, o Projeto de Vida foi um show à parte. Disfarçado de brincadeira, os alunos exercitaram a comunicação, a colaboração e a criatividade em uma dinâmica que unia corpo e mente.

Ao fim, nos despedimos com uma música do coral e a certeza de que, apesar das melhorias que ainda precisam, de fato, serem feitas, a BNCC é a bússola que aponta para a direção certa.

Bárbara Leal
Analista de Comunicação e Engajamento do Movimento pela Base
Inspirada por uma educação que (se) renova e transforma os nossos mundos no agora.

Saiba mais: 10 anos do Movimento pela Base: a educação voa mais alto com a BNCC

Últimas