“Meu nome é Lucileda Vieira Sobrinho, sou supervisora, orientadora educacional e formadora na secretaria de educação de Araguaína, no Tocantins, e faço parte do Grupo de Embaixadores da BNCC. Tenho procurado dialogar com professores, gestores, coordenadores, técnicos da SEMED (Secretaria Municipal de Educação) e demais envolvidos no contexto educacional sobre a importância da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Acredito que este documento norteador e os currículos municipais alinhados a ele podem contribuir na construção de uma educação mais equitativa e que faça sentido para a vida dos estudantes.
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Tenho me empenhado a orientar, esclarecer, impulsionar, informar, elaborar documentos norteadores e sensibilizar a comunidade escolar sobre o quão é necessário propor ações pedagógicas que estejam associadas à realidade das crianças. A BNCC defende a ideia de um currículo vivo, que dialoga com o universo da criança.
O trabalho tem gerado frutos! Mesmo diante de tantos desafios, observo que os professores da Educação Infantil estão mais atentos e desejosos a garantir os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, bem como trabalhar as competências expostas no currículo e na BNCC, realizando práticas que valorizam suas vivências pautadas nos campos de experiências, concepção de criança, habilidades, dentre tantos pontos relevantes.
Sabemos que as crianças, especialmente de Educação Infantil, aprendem melhor com práticas lúdicas e brincantes, em que são conectadas aos eixos estruturantes interações e brincadeiras. Partindo desta engrenagem, suas conquistas e aprendizagens são mais significativas.
Muitos professores estão mais conscientes das suas responsabilidades e da sua importância para o desenvolvimento infantil. Diante disto, práticas pautadas em escuta e observações mais pontuais acerca dos interesses e necessidades de aprendizagem tem acontecido com maior frequência no cotidiano escolar nos CEIs, Creches e Pré-escolas da rede.
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A exemplo, compartilho com você, caro leitor, um lindo projeto da professora Gercivane Barbosa (na foto acima, à direita, com óculos, ao lado de Lucileda), que com muito amor à profissão e sensibilidade ao enxergar as crianças integralmente, respeitando seus sentimentos, opiniões, desejos e seus pensamentos, desenvolveu o projeto que, segundo ela, “nasceu do interesse das crianças pelas aves que habitam o espaço do CEI Santa Clara. Diariamente, ao circularem pelo pátio ou quintal, as crianças encontram pardais e corujas que fazem os seus ninhos em diferentes locais da instituição. Esses seres vivos são observados cotidianamente pelos pequenos, que ao encontrá-los, levantam hipóteses e compartilham ideais sobre como eles vivem”.
Assim, a professora valorizou os saberes das crianças e ampliou seus conhecimentos ao propor novas experiências. Conversei com a Gercivane e deixo aqui um trecho de seu depoimento (leia mais aqui):
“Quando observamos as crianças com um olhar de quem quer enxergar, conseguimos percebê-las em sua totalidade. Nos aproximamos dos anseios, curiosidades, saberes já adquiridos e a percepção de mundo que elas têm. Ao colocar em prática uma metodologia ativa, estou caminhando com a BNCC, respeitando os direitos das crianças em busca de uma educação mais justa, coerente com a realidade e integral. Preciso propor atividades em que os pequenos avancem em conhecimentos matemáticos, de leitura e escrita convencional, por exemplo, mas, trilhar caminhos que valorizem a escuta, ludicidade e que possibilite experiências com sentidos, certamente fará diferenças positivas de modo a se constituírem seres mais seguros e ativos. O mais instigante neste projeto, além de perceber tantos avanços nas crianças, foi constatar que elas já sabiam muito sobre o assunto. Por isso digo: as crianças são muito potentes, vamos escutá-las mais e transformar a escuta em ações transformadoras!”.
A meu ver, além da professora Gercivane Barbosa ter trabalhado questões importantes sobre o meio ambiente, deu oportunidade para as crianças experimentarem situações relacionadas ao contexto real e aprenderem mais sobre seu território, cultura e valores. Isso é valioso.
Com dedicação, responsabilidade e compromisso, a SEMED está trabalhando para que a BNCC se faça presente na prática docente, tecendo caminhos positivos na vida dos pequenos da rede municipal de Araguaína.
Finalizo o texto com grande agradecimento à professora Gercivane pelo interesse de compartilhar boas práticas, e principalmente por ser tão comprometida com sua missão, a qual desenvolve com amor e respeito, demonstrando cotidianamente a vontade de fazer a diferença na vida das crianças. Que continue plantando boas sementes!”
Foto: Reprodução
